A gestante deverá ter acompanhamento médico e nutricional paralelos no pré-natal, para avaliação do estado nutricional, detecção de possíveis inadequações dietéticas, desmistificação de mitos e realização da educação alimentar. É recomendado que a mulher procure um ginecologista obstetra assim que decidir gestar para começar os cuidados da gestação que virá. Se já está gestante, as consultas devem ser iniciadas no primeiro trimestre da gestação.
A alimentação equilibrada é um hábito recomendado para toda a vida. Durante a gestação, a responsabilidade quanto à alimentação aumenta, uma vez que implica diretamente no perfeito desenvolvimento do feto, contribui para prevenção de uma série de ocorrências negativas, assegura reservas biológicas necessárias ao parto e pós-parto, garante substrato para o período da lactação, como também favorece o ganho de peso adequado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional.
Nenhuma mulher deve perder peso durante a gravidez, independente do seu Índice de Massa Corporal (IMC) antes de engravidar. Ressalta-se que a inadequação do ganho de peso na gestação tem sido fator de risco tanto para a mãe quanto para a criança, contribuindo para a elevação da prevalência de uma série de problemas. O principal deles é o DMG (Diabetes Mellitus Gestacional) que tem sua incidência aumentada nos últimos anos e está correlacionada ao excesso de peso das gestantes ao engravidar. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o DMG tem prevalência de até 25% das gestações e esse problema metabólico pode acarretar principalmente em macrossomia fetal (bebe muito grande), pré eclampsia (pressão alta), parto prematuro, retinopatias e disfunções endócrinas na primeira infância da criança.
A dieta deve ser realizada com intervalos regulares de 2 a 3 horas, de cinco a seis vezes ao dia, com adequado aporte proteico (de acordo com a fase gestacional) e controle da ingestão de carboidratos, principalmente os simples (açucares e farinhas brancas). Há necessidade de que a gestante seja suplementada com nutrientes essenciais na gestação como:
*FERRO: É um mineral fundamental para o desenvolvimento físico e mental do feto, da capacidade cognitiva, aprendizagem, concentração e memorização. Sua suplementação deve ser iniciada na 16ª semana de gravidez e mantida até o puerpério.
*ÁCIDO FÓLICO: Nutriente essencial para o desenvolvimento do tubo neural do feto. Sua suplementação deve ser iniciada ainda antes do início da gravidez e mantida até a 12ª semana de gestação.
*VITAMINA D: que tem função hormonal e promove o crescimento saudável da placenta, regula a ação da insulina no organismo e reduz o risco de pré eclampsia. No feto, a mineralização do esqueleto evitando assim o raquitismo congênito e osteopenia.
*OMEGAS: O adequado consumo de ômegas (EPA e DHA) é importante para garantir o crescimento, o desenvolvimento cerebral e cognitivo do feto. Além disso, alguns estudos provam que pode ter um papel determinante no tempo de gestação, no controle da pressão arterial e na prevenção de sintomas depressivos da gestante e na diminuição da resposta inflamatória e efeito profilático em relação ao desenvolvimento de asma na criança. A ingestão de DHA durante a gravidez tem importantes efeitos benéficos a longo prazo no que diz respeito ao processamento da memória.
É extremamente restrito o consumo de refrigerantes, adoçantes artificiais, margarinas, embutidos e carnes cruas. Folhas verdes devem ser consumidas em casa após ser devidamente higienizada.
Para que os cuidados com a gestante e o bebe seja adequado procure o médico obstetra e um nutricionista. Para você que está grávida, alimente- se bem e cuide de si e da vida que lhe habita!