O apêndice cecal é um pequeno órgão em forma de dedo, situado no lado inferior direito do intestino grosso, no ceco. Também é conhecido como apêndice vermiforme, devido ao formato que se assemelha a um verme. É um dos componentes responsáveis pela imunidade do intestino e também considerado um resquício evolutivo. Como não é um órgão essencial, a sua remoção não afeta o correto funcionamento do organismo.
A apendicite aguda é quando ocorre uma inflamação do apêndice cecal. O sintoma mais comum é dor abdominal que geralmente se inicia na região do estômago e depois se localiza na parte inferior direita do abdome, acompanhada ou não de febre, indisposição, perda de apetite, náuseas e vômitos. O diagnóstico é feito na maioria das vezes pela história clínica e pelo exame físico realizado pelo médico e, quando necessário, complementação com exames laboratoriais e radiológicos.
A apendicectomia nada mais é que uma cirurgia na qual se realiza a remoção do apêndice. Este procedimento pode ser realizado de maneira convencional, ou seja, por laparotomia (uma abertura no abdome) ou através da laparoscopia, um procedimento menos invasivo que é realizado através de três furos do abdome por onde se entra uma ótica (câmera que transmite as imagens aumentadas para um vídeo) e duas pinças laparoscópica para retirada do apêndice.
A apendicectomia aberta é realizada através de um único corte (maior do que as pequenas incisões feitas por laparoscopia) no lado inferior direito do abdómen para remover o apêndice. Em casos de obstrução intestinal ou peritonite grave, ou seja, de infeção do revestimento interno do abdome, ou indisponibilidade de equipamento cirúrgico ou falta de experiência da equipe cirúrgica para videocirurgia, o corte por vezes, é feito ao longo da linha média do abdome. Este procedimento é chamado de laparotomia.
O apêndice cecal é retirado por laparoscopia (por vídeo) através de pequenas incisões no abdome, o que permite uma menor taxa de complicações, uma recuperação mais fácil e rápida após a cirurgia, menor taxa de infecção de ferida e um melhor efeito cosmético. Este método tem a vantagem de ser menos invasivo e a recuperação pós-operatória é também mais rápida, diminuindo assim o risco de infeções nas zonas das incisões. As cicatrizes neste tipo de cirurgia são também mais reduzidas do que na cirurgia aberta. Geralmente faz-se um pequeno furo (por onde se coloca o trocarte e entra o material cirúrgico) na região umbilical, e outros dois na região inferior do abdome que ficam encobertos pela roupa íntima, resultando em um excelente resultado estético para o paciente.
Outra vantagem da videolaparoscopia para o tratamento da apendicectomia é capacidade de verificar todo o abdome visualizando outros órgãos da cavidade abdominal como intestino e ovários, com maior capacidade de diagnostico diferencial quando comparado a incisão pequena e única pela via aberta que praticamente só permite acesso para o apêndice. Além de drenar abscessos na pelve e abaixo do músculo diafragma ou entre as alças de intestino, o que apena é possível pela cirurgia aberta se realizada no meio do abdome e ampliada (laparotomia).
Quando não tratada adequadamente, a inflamação do apêndice pode provocar diversas complicações como a peritonite (inflamação do peritônio), obstrução intestinal, abscessos e até sepse com risco de morte. Portanto é fundamental o diagnóstico precoce para iniciar antibióticos e realizar a cirurgia.
O pós operatório da apendicectomia quando diagnostica em fases iniciais geralmente é mais simples, e se realizada por vídeo essa recuperação é mais precoce, sem restrições dietéticas e permitindo ao paciente retornar mais rapidamente às suas atividades.