Com índices de cura com os quais não podíamos sonhar no passado, o diagnóstico e tratamento do câncer tem evoluído para, além de uma maior eficiência, tornar melhor a vida do paciente. Muito se tem avançado nos últimos anos, e pelo atual ritmo podemos nos manter bastante esperançosos nas próximas décadas.
Quem é diagnosticado com câncer ainda costuma sentir temores, inseguranças e sofrer muito ao pensar que terá que encarar um tratamento penoso. O tratamento muitas vezes é visto como mutilante e motivo de angústia e ansiedade para o paciente e seus familiares. Queda de cabelo e tantos outros efeitos colaterais muitas vezes causam hesitação em iniciar o tratamento. Mas apesar de toda a apreensão que ainda causa, a evolução do tratamento do câncer tem proporcionado cada vez mais chances de cura. Tanto que o índice de mortalidade, que era de 70% há algumas décadas, hoje é menor que 50%. Tudo isso graças às pesquisas científicas, que permitiram que a tecnologia e a prática médica não parassem de evoluir.
Nas últimas décadas, os exames para detecção precoce da doença e os tratamentos avançaram e muito, tanto no âmbito tecnológico quanto na abordagem multiprofissional e no atendimento individualizado dos pacientes, aumentando sobremaneira a sobrevida e as chances de cura. Os pacientes diagnosticados com câncer estão cada vez mais se beneficiando dos novos recursos, que surgem em diferentes formas terapêuticas - cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia. O tratamento ainda é difícil, mas enquanto o tratamento contra o câncer se aperfeiçoa cada vez mais, vem mudando também a forma como a enfermidade é encarada.
A quimioterapia, que continua sendo um dos tratamentos mais indicados e utilizados, vem passando por constante evolução e hoje já permite uma estratégia mais precisa de combate, através da terapia alvo, com drogas inteligentes ou anticorpos monoclonais, medicamentos não tentam barrar a multiplicação celular e sim agir diretamente na proteína ou enzima ou gene que está causando o descontrole celular (o tumor). Algumas drogas são menos agressivas e hoje o paciente é melhor preparado antes de se submeter à medicação para reduzir e até evitar os desconfortos.
Paralelamente, o desenvolvimento de aparelhos cada vez mais sofisticados possibilita que a radioterapia seja feita de maneira localizada, tratando apenas a área cancerosa e poupando as outras estruturas. O que tem melhorado e muito a qualidade de vida dos pacientes, com menos efeitos colaterais. Pacientes com câncer de cabeça e pescoço, por exemplo, podem deixar de sofrer com boca seca e perda do paladar. Outra vantagem da radioterapia localizada é que podem ser usadas doses maiores de radiação e, com isso, espera-se que a possibilidade de cura seja maior.