A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a enfermidade mais frequente do trato digestivo alto e acontece em até 50% da população. A DRGE se expressa clinicamente por sintomas como pirose (“Azia”), regurgitação (“golfada”) e disfagia (“dificuldade para engolir alimentos”).
Entretanto, podem existir também manifestações atípicas da doença, como dor torácica, asma, tosse crônica, rouquidão, problemas nas cordas vocais e laringite. Cerca de 80% dos pacientes com DRGE são passíveis de tratamento clínico, através de orientações dietéticas e terapia medicamentosa.
As causa principal desta doença é a falta de pressão do esfíncter inferior do esôfago (EIE), que fica na transição do esôfago para o estômago. Devido à sua baixa pressão, ele se torna incapaz de reter o conteúdo do estômago (ácido) e este reflui para o esôfago, causando danos. Outra causa é o aumento da acidez do suco gástrico, que ocorre por alimentação inadequada, stress, uso de medicamentos, entre outros. A existência de problemas anatômicos, como a hérnia de hiato (migração de parte do estômago para tórax), podem cursar com refluxo. As gastrites e as úlceras também são fatores que propiciam a doença.
O exame de endoscopia digestiva alta é capaz de identificar as complicações do refluxo, sendo a esofagite a mais comum delas. Entretanto, existem outros exames disponíveis que auxiliam no diagnóstico de DRGE, como a Phmetria e a Manometria Esofágica.
A DRGE pode ser controlada e bem tolerada com uso de medicações e mudanças na dieta e no estilo de vida, porém 20% dos pacientes vão necessitar de tratamento cirúrgico, dependendo da intensidade dos sintomas e das alterações provocadas no esôfago, as quais são visualizadas no exame de endoscopia digestiva alta. Atualmente, o tratamento cirúrgico, quando indicado, é realizado através de videolaparoscopia, que além de evitar grandes incisões no abdome, propicia rápida recuperação do paciente e retorno precoce às suas atividades.