Destaque: Devido ser uma doença silenciosa, a maioria dos pacientes chegam no consultório do nefrologista já em estágios avançados e alguns já necessitam de diálise.
Qual a prevalência da Doença Renal Crônica (DRC)?
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 1 em cada 10 pessoas tem algum grau de disfunção renal no mundo. Isso equivale a aproximadamente 10% da população mundial.
Hoje mais de 130 mil brasileiros fazem algum tipo de terapia dialítica (Diálise peritoneal ou Hemodiálise), com números crescentes a cada ano devido ao aumento exponencial de pacientes com doenças crônicas, como Hipertensão e Diabetes.
Costuma-se dizer que a doença renal crônica é muito “traiçoeira”, pois possui as seguintes características:
Silenciosa: Infelizmente os sinais e sintomas só aparecem em estágios tardios, quando o paciente já pode precisar de diálise.
Progressiva: Uma vez instalada a doença, o rim vai progressivamente perdendo sua função devido a porção do rim funcional estar “sobrecarregada” pela porção do rim que entrou em falência.
Irreversível: Aqui está a parte cruel da doença: infelizmente, a função renal que já foi perdida não é recuperável.
Infelizmente, os sinais e sintomas não são específicos da doença. Os principais são:
- Mal estar
- Fadiga
- Perda do apetite e náuseas
- Perda de peso não intencional
- Dores de cabeça
- Coceira generalizada e pele seca
- Palidez cutânea
Posso ter doença renal crônica mesmo urinando bem?
Sim. Esse é um dos principais conceitos de quem chega no consultório do nefrologista, encaminhado já em fase terminal.
Ao contrário da Lesão Renal Aguda, na qual a redução da produção de urina está quase sempre presente, a Doença Renal Crônica é lenta. Sendo assim, o rim adapta-se bem, mantendo a capacidade de eliminar água até em estágios avançados.
Inclusive, alguns pacientes com doença renal podem acordar várias vezes a noite para urinar, pois perdem a capacidade de concentrar a urina, deixando-o acreditar que o rim funciona “demasiadamente” bem.
Posso ter doença renal crônica mesmo sem dor?
Muitas pessoas acreditam que podem identificar um rim doente pela dor. Nada mais falso. O rim apresenta pouca inervação para dor e por isso só dói quando está inflamado ou dilatado.
Quais exames devo incluir na minha rotina para saber se tenho DRC?
Recomendamos pelo menos 1x ao ano realizar 2 exames simples para rastreio de doença renal crônica:
- Creatinina no sangue
- EAS (Urina simples)
Quais são os principais pacientes de risco para DRC?
- Hipertensão arterial
- Diabetes mellitus
- Idosos
- Obesidade (IMC > 30Kg/m²)
- História Familiar de Doença renal
Qual o tratamento?
O encaminhamento precoce para o médico nefrologista pode mudar a história natural da doença.
Como não existe cura, ou remédio que faça os rins funcionarem novamente, é extremamente importante a avaliação e acompanhamento do nefrologista enquanto ainda seja factível, com o objetivo de retardar e até evitar a progressão da doença. Isso evitará que o paciente não evolua precocemente com doença renal terminal.