Na edição número 21 de setembro/2019 foi publicado artigo sobre linfedema que por muitas vezes é confundido com o tema do presente artigo.
O lipedema é caracterizado como uma deposição em excesso de tecido gorduroso principalmente nos quadris, coxas, pernas e tornozelos, acomete quase que exclusivamente mulheres, é simétrico (igual dos dois lados) e na maioria das vezes doloroso. Pode acometer também os membros superiores, mas é menos frequente.
O lipedema apresenta 4 estágios. No primeiro estágio a queixa mais comum é de inchaço durante o dia que reduz com o repouso acompanhado de dor, a pele apresenta-se lisa, nota-se aumento de volume da parte inferior do corpo sem alteração da parte superior.
No estágio II o inchaço durante o dia já é maior e nem sempre regride com o repouso, podem ocorrer casos de erisipelas e eczemas, o aumento de volume torna-se mais evidente e as queixas dolorosas aumentam e podem dar inicio a diminuição da mobilidade.
O estágio III mostra áreas de pele e gordura que se sobrepõe, o inchaço não regride e apresenta mais dor, a pele está “endurecida”, as ocorrências de erisipelas e eczemas ficam mais frequentes, a mobilidade encontra-se mais comprometida podendo ocorrer problemas dos joelhos que poderão levar a alterações da marcha.
E finalmente no estágio IV além de todos os sinais e sintomas descritos anteriormente ocorrerá também comprometimento dos pés.
Para o diagnóstico de lipedema não existem exames específicos sendo o exame clínico o mais importante. Muitos pacientes antes de terem o diagnóstico definitivo já foram tratados ou de linfedema ou mais frequentemente de obesidade.
O tratamento do lipedema dependerá muito do estágio em que se encontra, enquanto nos estágios iniciais a dieta, exercícios físicos e eventualmente compressão e drenagens resolvem o problema nos estágios mais avançados pode ser necessário o emprego de tratamento cirúrgico.