A recusa e desinteresse por alguns alimentos são características da seletividade alimentar, que atinge com maior frequência a fase pré-escolar, mas que pode se estender até a adolescência e fase adulta. Está associada a comportamentos como: irritação, demorar a comer e levantar da mesa durante as refeições.
A criança seletiva manifesta a tríade: recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento. A seletividade pode ocorrer tanto com crianças saudáveis quanto naquelas com necessidades especiais. As causas desse comportamento são bastante complexas, devido às interações de características familiares e de contextos sociais.
É importante saber o que fazer com filhos que relutam em comer e experimentar novos alimentos. As dificuldades alimentares da infância costumam ter início na fase em que a criança tem contato com alimentos pastosos – por volta dos seis meses, quando inicia a introdução alimentar, passando despercebido ou em alguns casos, encarado com naturalidade. Porém, entre dois e três anos, a criança enfrenta também uma oscilação natural de apetite. A reação dos pais a esse comportamento de rejeição ao alimento pode ser fundamental na maneira como ela passará a enxergar o ato de se alimentar.
No ambiente familiar é fundamental que os pais participem ativamente das escolhas alimentares de seus filhos, porque participar desse processo é muito mais do que só preparar a comida.
Os pais tendem a desenvolver angústia, frustração, culpa e estresse, pois acreditam que a seletividade alimentar está prejudicando o crescimento e desenvolvimento da criança. Esses sentimentos fazem com que ofereçam alimentos substitutivos de baixo valor nutritivo. Consequentemente, a criança aprende a se alimentar de forma inadequada, agravando ainda mais o quadro.
A persistência na oferta dos alimentos rejeitados deve ser o primeiro desafio dos pais. Outro ponto importante é nunca disfarçar os alimentos, pois a criança deve saber o que está comendo, aprendendo a identificar texturas e sabores. A criança pode, ainda, ser chamada para participar da elaboração do cardápio familiar, seleção e preparo de alimentos, e claro, que a ajuda de profissionais capacitados, é fundamental.
O nutricionista inicia seu trabalho usando inquéritos dietéticos, que fornecem informações tanto quantitativas como qualitativas a respeito da ingestão de alimentos, porém o tratamento é a médio e longo prazo, usando como base a educação nutricional e o apoio da família.
Com a educação alimentar, é possível desenvolver atitudes adequadas em relação ao alimento, considerando aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais.