Tem se tornado cada vez mais comum o número de casos de crianças que apresentam alguns atrasos em seu desenvolvimento. Há um grande movimento de pais e familiares em busca de mais informações a respeito desse transtorno tão complexo e comum em nossas crianças. O TEA (transtorno de espectro autista) é um transtorno do neurodesenvolvimento com sintomas presentes desde os primeiros anos de vida, estes sintomas estão presentes em outros quadros clínicos o que muitas vezes dificulta o diagnóstico precoce e preciso. O TEA se caracteriza por alterações cognitivas e comportamentais com uma heterogeneidade de sintomas que causam alterações e prejuízos sociais como: dificuldades na comunicação social, interesses restritos e repetitivos, alterações sonsoriais dentre outros.
O sistema de avaliação PROTEA-R
Desenvolvido para crianças em torno de 2 a 5 anos, trata-se de um instrumento interdisciplinar que visa o rastreamento de comportamentos presentes na sintomatologia do TEA, avalia habilidades pré-linguisticas por meio de situações semiestruturadas de brincadeiras, está dividido em 3 eixos: 1º Entrevista de anamense, que visa investigar o desenvolvimento da criança desde a gestação até o momento atual, é investigado aspectos motores, comunicativos (verbais e não verbais) socioemocionais e de brincadeira.
O 2º eixo trata-se do protocolo de avaliação comportamental que engloba três grandes áreas a serem observadas: •Comportamentos sociocomunicativos= Engloba comportamentos de iniciativa e resposta de atenção compartilhada, imitação, engajamento social, sorriso, busca e resposta ao contato físico-afetivo, busca de assistência e protesto/retraimento a interação.
• Qualidade da brincadeira= Ações referentes a exploração de brinquedos, forma de exploração, coordenação visuomotora, brincadeira funcional e simbólica.
• Movimentos repetitivos e estereotipados do corpo= movimentos repetitivos de mãos e outras partes do corpo e comportamentos autolesivos. Todos os itens são codificados por qualidade e freqüência.
O 3º Eixo refere-se a entrevista de devolutiva aos pais/responsáveis, através das observações realizadas e dados coletados durante as aplicações.
Como é realizada a avaliação?
O PROTEA-R deve ser realizado em no mínimo 5 sessões, onde na 1ª será realizada a anamnese estruturada com os responsáveis. Em um segundo e posteriores momentos será realizado com a criança onde o aplicador irá observar e fazer as intervenções necessárias, nesse caso deve ser realizado pelo menos 3 sessões com a criança em um ambiente totalmente preparado para isso, com o espaço e brinquedos devidamente específicos e selecionados para tal avaliação seguindo a risca o que manda o protocolo do teste, envolvendo dois cenários principais o de brincadeira livre e brincadeira semiestruturada. Após as sessões o aplicador irá registrar e pontuar as observações realizadas sempre seguindo as orientações do protocolo em registrar os códigos de qualidade presentes, após a soma dos escores o aplicador irá observar a) presença de risco para TEA b) presença de risco relativo para TEA c) ausência de risco. Sendo assim o clínico irá fazer a devolutiva aos pais e encaminhar aos profissionais caso seja necessário.