Procrastinar é adiar sucessivamente uma tarefa ou decisão. A pessoa fica dividida entre o dever e o lazer, porém se mantém acomodado, embora se sinta culpado e estressado com as cobranças.
O comportamento de procrastinação é desenvolvido ao longo da história de vida do indivíduo e se torna um hábito. Ele repete esse comportamento e como obtém resultados positivos, esse comportamento é reforçado, tornando-se um hábito comportamental.
O procrastinador, não se sente motivado a realizar tarefas e está sempre dizendo que o fará depois, só que esse depois é adiado, e não chega nunca, simplesmente porque a tarefa lhe traz desconforto ou é desagradável, exigindo esforço, atenção, tempo e motivação
A forma como o indivíduo pensa, influencia o comportamento frente às várias tarefas que se precisa realizar. Pensamentos como, “não vou dar conta de realizar o que pretendo”, podem levar a sentimentos de inadequação que conduzem ao adiamento. Aqueles que acreditam “veementemente” que são incompetentes nesta ou naquela tarefa “estão certos” de que vão falhar e procurarão evitar a sensação desagradável de ver as suas competências testadas.
Outro aspecto analisado, são as crenças falsas, como: “tenho que ser perfeito”, ”é mais seguro não fazer nada do que correr o risco e falhar”,
O procrastinador assume a crença de que pessoas bem-sucedidas se sentem sempre confiantes e facilmente alcançam os seus objetivos, sem ter que enfrentar sentimentos de frustração, incertezas e fracassos.
O sentimento de culpa aparece porque, sem conseguir controlar o próprio tempo, a pessoa sente que o dia passa sem que tenha produzido o mínimo necessário. Assim, cria um caos pessoal que acaba em sentimentos depreciativos, desencadeando crises de autoestima.
Entre uma série de variáveis que favorecem a enrolação, o medo do fracasso é a líder da lista. “Aqueles que mais têm medo de errar, são os que mais procrastinam.” Na hora de botar a mão na massa, acabam adiando a realização da tarefa por medo de errar.
Também pode haver, na raiz da procrastinação, um pouco de autossabotagem. Achando-se pouco merecedor dos benefícios que a tarefa poderia lhe render, o procrastinador supervaloriza os obstáculos que o impedem de cair de cabeça no trabalho, acabando com a possibilidade de fazê-lo bem-feito.
A procrastinação é também uma forma de se lidar com emoções e sintomas físicos que acompanham alguns transtornos, como Transtorno de Déficit de Atenção, Depressão, Ansiedade de Separação, Ansiedade Generalizada, Transtorno Bipolar ou Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
Porém, o que mais explica a procrastinação é o fato do procrastinador valorizar muito mais o momento presente que do futuro, ou seja, a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável. Quando o indivíduo não aceita fazer as coisas de forma gradual e progressiva e insiste pular etapas.
Por isso, um jeito de evitar a procrastinação é mudar a forma de pensar. Enquanto problema comportamental, tal como outros problemas ligados à saúde mental, pode ser tratado com psicoterapia associado a medicamentos.