Existe uma dúvida frequente entre minhas pacientes com relação ao momento ideal para a menina iniciar as idas ao ginecologista. A presença de pacientes crianças e adolescentes tem sido uma situação cada vez mais frequente no consultório por muitas razões.
Entre os motivos da consulta destacam-se a avaliação do desenvolvimento da puberdade, problemas relacionados aos ciclos menstruais, cólicas, corrimento e desejo de contracepção.
É preciso inicialmente que a paciente sinta-se à vontade com sua ginecologista e tenha uma relação de confiança, muitas vezes esse profissional acompanhará a paciente durante toda sua vida.
Quando as crianças são atendidas, normalmente os problemas estão relacionados a corrimento vaginal, isso mesmo, crianças que ainda não tiveram contato sexual podem apresentar corrimentos vaginais, alguns fisiológicos e outros até com necessidade de tratamento.
Já na adolescência, começam as questões relacionadas a irregularidade menstrual, cólica, tensão pré-menstrual e ainda a sexualidade e contracepção.
Os aspectos relacionados à sexualidade são tratados com mais cuidado, pois na maioria das vezes a adolescente está acompanhada e nem sempre compartilha sua vida sexual com os familiares. Confiando no profissional, a adolescente terá oportunidade de discutir seus problemas relativos a sexualidade e receber orientação adequada sobre contracepção e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Eventualmente o médico irá procurar um momento a sós com a adolescente sem constrangê-la para que essa conversa possa ocorrer.
Quanto ao exame físico, as adolescentess que não tiveram a menarca (primeira menstruação) devem ser examinadas para avaliação do status puberal, ou seja, se o desenvolvimento das mamas e pelos estão dentro do desenvolvimento normal.
Em adolescentes que tiveram menarca e são virgens, o exame ginecológico pode acontecer, mas pode ser adiado caso ela esteja sem queixas ginecológicas e sinta-se desconfortável de ser examinada na sua primeira visita ao ginecologista.
Adolescentes sexualmente ativas devem realizar o exame ginecológico, salvo raras exceções, tendo em mente principalmente a pesquisa de infecções de transmissão sexual.
Enfim, a criança ou adolescente deve procurar uma ginecologista sempre que surgir algum problema, ou dúvida, independente de ter iniciado ou não a vida sexual.
Sintomas como dor no baixo ventre, corrimento vaginal, coceira ou cheiro ruim, dor nas mamas, cólica menstrual intensa ou menstruação irregular, devem ser motivos de atenção, deve ser avaliada ainda a menina com mentruação de início precoce ou tardia, sintomas de gestação ou em risco de doença sexualmente transmissível.
E lembre-se que a partir do início da vida sexual seja adolescente ou não, a mulher deve frequentar o ginecologista para avaliação ginecológica pelo menos uma vez ao ano.