Você já ouviu falar de médico hebiatra? Pois saiba que esse é o nome dado ao especialista que cuida de uma das fases mais complexas da nossa vida: a adolescência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência vai dos 10 aos 20 anos: Um período de intensas mudanças corporais e comportamentais, cheias de dúvidas e incertezas, comenta o especialista em Hebiatria Dr. Luiz Marcos P. Borges.
O hebiatra está preparado, mais do que um pediatra ou um clínico geral, para lidar com temas como puberdade, estirão de crescimento, maturação sexual e mudanças físicas típicas desse ciclo da vida, além de saber como tratar as transformações psicossociais comuns a essa faixa etária.
Formado pela UFMT há 20 anos, com título de Mestrado e Pediatria pela UFSC, o médico e empresário mora em Primavera do Leste há 12 anos, onde administra a Applik Clínica de Vacinação. “Sempre trabalhei com prevenção durante as consultas de puericultura e nas orientações de vacinas. Estou vendo meus pequenos pacientes do consultório crescerem e amadurecerem de forma saudável. Vi a necessidade de crescer junto com eles e poder ajudar tanto os jovens quanto seus pais nessa fase tão importante no seio da família. E é nessa fase que tudo pode se perder.”, diz o médico pai de três filhos, sendo dois adolescentes.
Ele explica que a adolescência é marcada por três perdas significativas: a do corpo infantil, a da identidade infantil e a do tratamento dado pelos pais na infância. Além desses lutos, que devem ser elaborados, os adolescentes reúnem algumas características típicas da faixa etária, como oscilações de humor, vivência temporal singular, tendência de se reunir em grupos, sensações de invulnerabilidade, onipotência e imortalidade, entre outras. Alguns adotam um comportamento de risco no que diz respeito à proteção durante as relações sexuais e à experimentação de drogas. E daí surgem as consequências nocivas, como mau rendimento escolar, excesso de tempo gasto no celular ou computador, instabilidade emocional etc. “Pais e filhos devem receber muita orientação. É tudo novo para muitas famílias”, acrescenta.
Segundo Dr. Luiz Marcos, as principais queixas dos adolescentes durante as consultas são: a preocupação com a estatura, peso e forma corporal, medo de não se desenvolver adequadamente; os temores de ser diferente dos amigos; acne; alterações menstruais ,cólica menstrual – dismenorreia; problemas de coluna, como escoliose, associados ao estirão de crescimento; ginecomastia, crescimento transitório da glândula mamária no adolescente do sexo masculino; atraso puberal; sobrepeso e obesidade; e problemas alérgicos, como asma e rinite alérgica.
Embora os pais possam participar das consultas, o protagonista é sempre o adolescente. Além disso, o paciente tem direito ao sigilo, à confidencialidade e à privacidade. “Parte da consulta o adolescente faz sozinho, se assim desejar. É nesse momento que assuntos importantes para o jovem como uso de drogas, sexualidade, bullying e conflitos familiares, podem ser trazidos ao médico”, diz o médico.
Cabe ao especialista avaliar até que ponto os problemas são graves e devem ser analisados por outros especialistas. Por exemplo, quanto à sexualidade, “Identificar o momento em que o adolescente está em seu desenvolvimento sexual ajuda o médico de adolescentes a abordar as questões de prevenção de gravidez e DSTs e possivelmente a auxiliá-lo na tomada de decisões a respeito do início da atividade sexual, a entender a implicação psíquica dessa vivência em fases muito precoces da adolescência e a encorajá-lo a assumir as responsabilidades pelo cuidado com seu corpo em busca de um exercício sexual saudável e feliz”, comenta o médico.
‘Trabalhar a prevenção, dando orientações de qualidade e intervindo com assertividade quando necessário, será sempre a espinha dorsal para um bom atendimento nessa especialidade’, conclui.