A terapia regenerativa trata-se de um conjunto de técnicas que visam melhorar ou restaurar a função e qualidade de um tecido doente, seja uma cartilagem, osso ou tendões e músculos. Ela pode ser realizada através de medicamentos, antioxidantes e reguladores da homeostase ou pela aplicação de biológicos, como o plasma rico em plaquetas.
Plasma Rico em Plaquetas: o que é como funciona e como é produzido?
O uso de plasma rico em plaquetas (PRP) tornou-se popular na Ortopedia e Traumatologia. Atletas do futebol e outros esportes são frequentemente tratados com PRP e isto estimulou o conhecimento deste tema pelo público em geral. Apesar do recente interesse, especialmente na área de medicina do esporte, o PRP já é utilizado em cirurgias de outros países desde a década de 1970, especialmente nas áreas de cirurgia maxilo-facial e cirurgia geral.
O sangue é composto por células vermelhas (hemácias), células brancas (leucócitos), plaquetas e plasma. O plasma é a porção líquida do sangue que contém os fatores de coagulação e outras proteínas e íons. As plaquetas contêm vários fatores de cicatrização em seu interior, os quais estão presentes em alta concentração no plasma rico em plaquetas. Comparado ao sangue normal, o PRP contém uma concentração 3 a 5 vezes maior de fatores que influenciam a cicatrização de tendões, ligamentos, músculos, cartilagem e osso. O procedimento guiado por ultrassom permite a injeção do PRP exatamente no local da lesão, aparentemente aumentado a efetividade do procedimento.
Como funciona o PRP?
As plaquetas são células sem núcleo que duram somente 8 a 10 dias. Elas contêm “grânulos alfa” e “grânulos densos” em seu interior com fatores e substâncias que têm papel fundamental na cicatrização. Os grânulos alfas são ricos em TGF-β (fator transformador do crescimento) e vários outros fatores de cicatrização. Os grânulos densos contêm histamina, serotonina, cálcio, dopamina e ATP (molécula de energia). A liberação das substâncias de ambos os tipos de grânulos é essencial nas três etapas da cicatrização normal: inflamatória, proliferativa e de remodelação. Além da função dos fatores liberados pelos grânulos das plaquetas, o coágulo de plaquetas atrai as células que formarão o novo tecido e serve como estrutura de base.
O uso de fatores de crescimento na prática clínica surgiu do fato deles promoverem cicatrização mais rápida e com uma ótima qualidade tecidual, aliada a uma recuperação precoce e segura às atividades físicas. Assim, o plasma rico em plaquetas (PRP) é uma forma simples e minimamente invasiva para aquisição de uma alta concentração de fatores de crescimento.
Como é produzido o PRP?
Plasma rico em plaquetas é produzido a partir do sangue do próprio paciente, por meio de um processo que utiliza o princípio da separação celular por centrifugação. Esta centrifugação visa obter um plasma com a maior concentração de plaquetas quando comparada com a contagem basal do sangue periférico.
Diagnósticos com indicações clínicas ao PRP
Alguns estudos abordam sua administração para tratamento de patologias como: Artrose, Epicondilite Lateral, Fraturas Ósseas, Reconstruções ligamentares, Tendinopatia e Roturas do Tendão Calcâneo, Fascite Plantar, Lesões do manguito rotador e Tendinopatia patelar.
O uso dessa técnica é caracterizado como uso experimental no país e já tem apoio do PROADI-SUS para consolidação do marco regulatório junto à ANVISA.