Cuidados com os pés em portadores de diabetes

Estima-se que no Brasil haja pelo menos 15 milhões de diabéticos entre 20 e 79 anos e é sabido que essa doença pode levar a inúmeras alterações circulatórias e afetar a qualidade de vida dessas pessoas.

O pé diabético é caracterizado por uma série de alterações, possíveis de ocorrer nos portadores da doença, que podem ter apenas pequenas alterações de sensibilidade, temperatura, cor, deformidade dos ossos do pé ou dos tecidos da região, até lesões graves que necessitem de intervenções cirúrgicas.

Isto ocorre porque com o decorrer do tempo o portador de diabetes tem tendencia a desenvolver neuropatia, especialmente nos membros inferiores, que é uma alteração nos nervos que acarreta alterações nos ossos, nos tecidos (músculos, tendões e pele) e diminuição da sensibilidade.

Pequenos acidentes domésticos como uma batida em algum móvel ou em um degrau de uma escada pode levar a formação de hematomas por exemplo, como há uma diminuição da sensibilidade aquela área continua a sofrer traumatismo (o simples caminhar pode levar a essa piora) e pode haver formação de uma úlcera (ferida) que por não ser percebida (pela ausência de dor) pode aumentar e infeccionar.

A diabetes é uma doença multidisciplinar, ou seja, requer o acompanhamento de vários profissionais: fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, médicos (endocrinologistas, oftalmologistas, cardiologistas, nefrologistas, dermatologistas, cirurgiões vasculares)

E os cuidados preventivos são os mais importantes:

1. Autoexame diário dos pés, verificar se há áreas com ferimentos, ou com alterações de coloração e/ou temperatura, caso apresente dificuldade em proceder o autoexame solicitar que alguém com quem conviva faça esse exame.
2. Cuidados com a higiene: lavar os pés de preferência com sabonete neutro, secá-los cuidadosamente dedo por dedo, aplicar creme hidratante.
3. Cuidado com a temperatura da água, as compressas tanto quentes quanto geladas devem ser evitadas.
4. Não andar descalço nem mesmo dentro de casa.
5. Utilizar sapatos adequados que se ajustem aos pés e não ao contrário, devem ser confortáveis, de preferência sem costuras internas, com solados não flexíveis e antiderrapantes. Devem sempre ser usados com meias que também não devem ter costuras ou serem usadas no avesso e serem de algodão que absorve a umidade evitando aparecimento de fungos.
6. Controlar rigorosamente a glicemia. 

7. Havendo o aparecimento de qualquer lesão procurar tratamento imediato, tais lesões devem ser encaradas como necessitando de tratamento de urgência pois a infecção pode levar a quadros irreversíveis com perda de função ou em casos mais graves podendo ser necessária amputação.