Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, no Brasil, existem cerca de 112.000 pessoas que necessitam de tratamento dialítico para sobreviver. Todos esses pacientes têm o diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica no estágio 5, isto é, o estágio mais avançado da doença renal. Cerca de 40% desses pacientes têm como diagnóstico de base, ou seja, como doença causadora da falha de funcionamento dos rins, o Diabetes. O número crescente de pacientes com diabetes torna esse cenário ainda mais sombrio. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), no ano de 2014, existiam cerca de 422 milhões de diabéticos diagnosticados, número quatro vezes maior que na década de 80. A prevalência mundial aumentou significativamente, passando de 4,7% para 8,5% no ano de 2014.
Tais dados preocupam, pois a doença apresenta uma gama grande de complicações incluindo a morte precoce (antes dos 70 anos) dos portadores da doença. Estima- se que cerca de 3,7 milhões de mortes por ano sejam decorrentes do diabetes e de suas complicações. A associação do diabetes com a doença renal foi descrita na década de 50. Desde então, essa associação vem sendo extensamente estudada em todo o mundo, numa tentativa de minimizar os danos renais causados pela doença. Conforme citado anteriormente, cerca de 40% dos pacientes que iniciam tratamento com hemodiálise ou diálise peritoneal, o fazem devido às consequências do diabetes mal controlado. O diagnóstico da doença renal causada pelo diabetes, chamada Nefropatia diabética, é realizado através da avaliação do exame de urina, em especial, por meio da avaliação da existência de perda de proteínas através dos rins.
A dosagem dessas proteínas na urina e sua detecção são sinais de lesão renal que podem surgir nas fases mais precoces da doença. Nessa fase, se houver um controle adequado dos fatores de riscos envolvidos no desenvolvimento da doença, pode ocorrer uma reversão do quadro, com melhora da nefropatia ou, no mínimo, uma estabilização da doença, barrando sua progressão. Os fatores envolvidos no surgimento da lesão renal do diabético são bastante conhecidos. O controle rigoroso da glicemia, o controle do colesterol, cessação do tabagismo e controle da hipertensão arterial são essenciais para prevenção e tratamento dessa patologia. A redução da hemoglobina glicada a níveis menores que 7,2% está relacionado a uma redução em cerca de 40% das lesões renais.