A avaliação neuropsicológica é utilizada para auxiliar em amplas áreas diagnósticas como a neurológia, geriatria, pediatra, psiquiatria e na própria psicologia. Segundo Lezak, é um tipo bastante complexo de avaliação psicológica, porque exige do profissional não apenas uma sólida fundamentação em psicologia clínica e familiaridade com a psicometria, mas também especialização e treinamento em contexto em que sejam fundamentais o conhecimento do sistema nervoso central e suas patologias. Tem como objetivo investigar as alterações no funcionamento cognitivo e suas consequências comportamentais e sociais, bem como investigar o funcionamento da personalidade.
Após descartar problemas físicos, através de exames laboratoriais, clínicos e de imagens, vem à importância de solicitar uma avaliação neuropsicológica para auxiliar o profissional da medicina a realizar um diagnóstico mais assertivo e predizer aspectos para intervenção e traçar um plano de (RE)habilitação, intervenção ou tratamento.
A avaliação neuropsicológica mostrou-se de extrema valia para a diferenciação dos diagnósticos, principalmente na investigação dos transtornos de personalidade. Durante a avaliação é possível descartar outros transtornos, tanto de neurodesenvolvimento quanto da vida adulta. Os instrumentos utilizados são baseados na última versão de DSM 5 e corroboram com aspectos clínicos e raciocínio neuropsicológico presente em cada patologia.
Os transtornos de personalidade são diagnosticados no início da fase adulta e são distintos entre eles, compondo os seguintes transtornos:
Paranoide: O qual é um padrão de desconfiança e suspeita de que o outro está sempre tentando o prejudicar.
Esquizoide: Afastamento social e restrita expressão emocional.
Esquizotípica: Desconforto nas relações, distorções cognitivas/perceptivas e excentricidade.
Antissocial: Desrespeito às leis e regras e comportamentos agressivos.
Histriônica: Intensidade emocional elevada e busca por atenção.
Narcisista: Intenso sentimento de grandiosidade e falta de empatia.
Evitativa: Inibição social, sentimento de inadequação e uma avaliação negativa de si.
Borderline: Instabilidade nas relações e impulsividade acentuada.
Dependente: Submissividade e apego excessivo ao outro.
Obsessivo-Compulsiva: Preocupação com ordem, perfeccionismo, controle e rigidez.
Esses transtornos de personalidade, de modo geral, são caracterizados por alterações crônicas da percepção de si e das relações com os outros, acompanhadas por comportamentos notadamente desviantes dos padrões sociais e culturais. Atributos globais como, inflexibilidade adaptativa, círculo vicioso e estabilidade tênue, estão presentes nos transtornos. Esses pacientes apresentam dificuldades em criar estratégias eficientes para atingir objetivos, relacionamentos pouco saudáveis, dificuldade em lidar com demandas do dia a dia, presença de comportamentos que dificultam e intensificam dificuldades já preexistentes no sujeito, além de dificuldade no enfrentamento de situações conflitantes e baixa resiliência.