O trauma necessário para provocar uma fratura nem sempre é violento e geralmente está relacionado a queda em ambientes domésticos.
Um tropeço seguido de queda ao chão pode ser suficiente. Como a criança estica o braço para se proteger de uma queda, os membros superiores, como braço, antebraço, cotovelo, punho e clavícula estão mais sujeitos a sofrer uma fratura, mas obviamente os membros inferiores também podem ser afetados.
Quais sintomas devem ser observados?
O sintoma mais importante da fratura é a dor imediata produzida pelo trauma, a qual se acentua com o movimento ou com a compressão da região afetada. Assim, a criança evita movimentar o membro fraturado, o que é chamado de impotência funcional. A presença de movimento ativo não afasta a possibilidade de fratura. Em alguns casos, dá para perceber uma deformidade no local, como um desvio no osso que antes era reto. Até os 3 anos, a criança tem dificuldade de expressar a dor, então observe se ela está irritada ou evita movimentar o membro.
Em certas situações, verifica-se uma movimentação anormal do osso no local da fratura, acompanhada de barulho ou sensação de raspar. Também é comum o inchaço (edema).
O que fazer ao perceber que a criança realmente está fraturada?
A primeira providência consiste em imobilizar o membro fraturado. Isso reduz a dor e o inchaço e evita que a lesão aumente (imobiliza-se o membro na posição em que está).
Dê um analgésico para atenuar a dor e vá ao pronto-socorro. Se houver outro ferimento, limpe com pano com água ou soro fisiológico e comprima para estancar o sangramento. Colocar gelo envolvido por uma toalha (para não queimar a pele) ajuda a diminuir o inchaço.
Sinais de Alerta:
Dor intensa, acima do normal, progressiva, sem resposta ao uso de analgésico;
Inchaço dos dedos;
Palidez dos dedos ou extremidades roxas;
Dedos frios;
Formigamento ou alteração de sensibilidade;
Dedos muito dobrados;
Dificuldade para movimentar os dedos.
Como será o tratamento?
Em sua maioria, as fraturas podem ser tratadas de maneira conservadora, com imobilização por tempo adequado. Devido a sua capacidade de remodelação, as pontas fraturadas não precisam estar em contato total e encaixe perfeito: desvios são aceitáveis, conforme as características do osso, a localização da fratura e a idade da criança. Até os 8 anos, acontecem muitas fraturas “em galho verde”, isso significa que os ossos da criança não se quebram por completo.
Entre as opções de tratamento está também a redução, quando o ortopedista aplica uma manobra rápida para a redução da fratura, podendo ser feita sob anestesia geral, local, ou até mesmo sem anestesia em alguns casos, e as intervenções cirúrgicas para o adequado posicionamento dos fragmentos da fratura e/ou fixação, por meio de pinos, hastes, placas ou fixadores. Para a melhor escolha de intervenção, é importante que a criança seja avaliada por um ortopedista pediátrico.