Muito ouve-se falar sobre empoderamento feminino, e como podemos pensar sobre o empoderamento feminino no momento do parto?

  A gestação é um período de transformações no corpo e no emocional da mulher e é vivenciada de forma individual e diferenciada para cada uma delas.

Diversos aspectos, como medos, angústias, dúvidas e alegrias associados a fatores físicos, culturais e pessoais, influenciam as atitudes da mulher durante a gestação, parto e o nascimento.

  O empoderamento feminino é o momento em que a mulher se percebe protagonista no processo de maternidade e se vê em uma experiência transformadora e impactante. Ser protagonista no parto envolve possuir o conhecimento adequado e necessário para tomar decisões, fazer escolhas e saber que cabe à ela optar pela via de parto de sua preferência.

  A mulher empoderada não só define a sua via de parto assim como participa ativamente das decisões sobre o processo de partejar, permitindo aos profissionais de saúde ajudá-la a vivenciar o período gravídico-puerperal de maneira saudável e autônoma, proporcionando uma assistência pautada nos princípios de humanização, da integralidade e do respeito aos seus direitos.

  É direito da mulher além de optar pela via de parto, decidir sobre intervenções farmacológicas durante indução ou trabalho de parto, optar pela presença de um ou mais acompanhantes, movimentar-se durante todo o processo, escolher a posição do nascimento, decidir pelo o uso de métodos analgésicos, decidir o momento do clampeamento do cordão umbilical, o contato inicial com o bebe, a amamentação precoce...

  Enfim, é direito da mulher que seu atendimento seja pautado na humanização, respeitando o processo natural e evitando intervenções desnecessárias.

  A ausência de empoderamento, o medo e a insegurança da mulher, fazem com que elas muitas vezes transfiram a responsabilidade para o médico assistente, assim, a mulher que deveria ser protagonista, passa então a ser apenas uma colaboradora. O médico obstetra assim como a equipe de saúde, estes sim são os colaborados de um processo natural, e estão ali para garantir a todo tempo o bem-estar materno e fetal.

  Dessa forma, o empoderamento feminino no parto é essencial para que a mulher compreenda sua importância durante todo o processo e que este possa ser humanizado e fisiológico, permitindo-lhe adotar uma postura ativa e assumir seu poder decisório durante todo o processo.