Um dos dilemas enfrentados pelas mulheres diante da cirurgia para tratar o câncer de mama é a perda de identidade corporal, ou seja, defeitos e deformidades, bem como a completa remoção da mama sem a devida reparação. Historicamente vivemos um período excepcional onde a cirurgia oncológica se integra aos conceitos e técnicas cirúrgicas estéticas nas mãos do Mastologista, especialista dedicado a cirurgia das mamas.
Na última década surgiu o conceito de cirurgia Oncoplástica, ou seja, a valorização e maior atenção a estética reparadora durante a cirurgia para remoção de um tumor nas mamas. Décadas atrás as pacientes eram praticamente desencorajadas a buscar uma reparação e mesmo uma melhora na forma e volume das mamas, priorizando-se o tratamento do câncer. Na visão mais conservadora, que ainda infelizmente existe, a estética não era prioridade para essa mulher, obrigada a conviver com deformidades e defeitos possivelmente amenizados ou até mesmo evitados.
A medida que a valorização da pessoa como um ser integral em sua saúde foi ocupando espaço na medicina, os órgãos responsáveis pelas políticas de saúde criaram leis para garantir o acesso às cirurgias de reconstrução mamária. A primeira em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que diz sobre a obrigatoriedade de cobertura da cirurgia reparadora tanto pelo SUS como pelos planos de saúde privados.
Dessa forma, através de uma abordagem moderna, a mulher pode realizar mudanças estéticas nas mamas durante a cirurgia, sempre se respeitando as indicações técnicas e mesmo limitações que muitos procedimentos estético-reparadores possuem. Para isso usamos nosso arsenal de técnicas cirúrgicas como mamoplastia redutora, mastopexia, implante de próteses, reconstrução com retalhos, enxerto de gordura, uso de materiais novos como membranas de suporte e micro pigmentação de aréola. Todos procedimentos compatíveis com a segurança no tratamento oncológico.
Importante destacar que assim como na cirurgia de caráter estético, os resultados são completamente individuais, ou seja, não se pode comparar uma paciente à outra. Fotos e imagens compartilhadas em redes sociais servem apenas como ponto de referência, lembrando que muitas são trabalhadas com filtros que distorcem a realidade e influenciam as mulheres na busca pelo resultado esperado.
Vale destacar que grandes profissionais na história da medicina contribuíram décadas e séculos atrás para tornar realidade as cirurgias reparadoras, sempre complexas e desafiadoras. O Brasil ocupa um lugar de destaque com a qualificação e história do trabalho realizado pela Cirurgia Plástica, reconhecida internacionalmente. Hoje levamos adiante esse legado histórico dentro da oncologia. Com a formação e treinamento do Mastologista na reparação vamos mudar o cenário da reconstrução mamária no Brasil, para que mais pacientes tenham acesso à cirurgia Oncoplástica.