Considerando o universo de casais com dificuldades para gestar, temos causas diversas relacionadas tanto ao homem, quanto à mulher. Elas precisam ser investigadas de forma detalhada, propiciando um diagnóstico preciso e a melhor conduta médica, o que permitirá a formação da nova família.
Quais são as possibilidades?
Nos últimos anos houve intenso desenvolvimento de tecnologias, drogas e condições laboratoriais que possibilitaram o oferecimento de maiores chances de sucesso no tratamento de casais inférteis. O nível de tecnologia empregada nas técnicas de reprodução humana assistida chegou a um patamar em que as taxas de gravidez são de até 55% em mulheres com até 35 anos de idade. Entre as tecnologias atualmente oferecidas com o intuito de propiciar melhores condições de desenvolvimento embrionário e, desta maneira, maiores chances de gravidez, estão a fertilização in vitro (FIV) convencional e a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), considerados procedimentos de alta complexidade em reprodução humana assistida. Apesar de serem semelhantes, cada um detém um procedimento próprio para ser realizado em laboratório e é isso o que os diferencia.
Quais são as etapas do processo?
Estimulação da ovulação: a indução da ovulação é feita por drogas injetáveis para estimular o crescimento dos folículos e provocar a ovulação, aumentando assim o número e a qualidade dos óvulos. Durante a estimulação, o ciclo é controlado com ecografias seriadas para avaliação do desenvolvimento folicular. Quando os folículos são considerados maduros, o médico realiza a coleta dos óvulos.
Coleta dos óvulos: é guiada por ultrassom transvaginal, sob anestesia, onde o médico realiza a aspiração dos folículos para obter os óvulos que serão posteriormente fertilizados. Esse procedimento é realizado em ambiente cirúrgico e acoplado ao Laboratório de Reprodução Assistida.
Manipulação dos gametas: o material coletado é levado para o Laboratório onde os óvulos são identificados e classificados quanto à maturidade e qualidade, sendo posteriormente fertilizados. Ao mesmo tempo é realizada a análise dos espermatozoides, escolhendo-se os mais aptos à fertilização.
Transferência dos embriões: os embriões são transferidos para o útero entre o 3º e o 5 º dia após a retirada dos óvulos através de um cateter especial guiado por ultrassonografia pélvica. Após a transferência, a paciente permanece em repouso por cerca de 40 minutos e depois de 12 dias realiza o teste de gravidez.
Quais são as técnicas de Fertilização existentes?
Fertilização In Vitro
Na FIV clássica os óvulos e espermatozoides colhidos previamente são postos juntos em uma placa no laboratório para que ocorra a fertilização. São necessários cerca de 100 mil espermatozoides/óvulo.
Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI)
A injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) é uma técnica de fertilização in vitro, que se diferencia da convencional, pelo fato de o espermatozoide, previamente selecionado ser injetado diretamente no interior do óvulo. Este processo é realizado através da utilização de um aparelho de precisão absoluta, chamado micromanipulador de gametas. A ICSI é uma técnica que atualmente resulta na produção de mais embriões com melhores taxas de implantação. Por este motivo tem sido mundialmente usada com sucesso inclusive no tratamento da infertilidade masculina, principalmente nos casais em que o homem tem diminuição significativa na quantidade ou na motilidade dos espermatozoides e nas mulheres com menor quantidade de óvulos.
No dia seguinte, em ambos os procedimentos, os óvulos são checados para ver quais foram fecundados e, depois de dois a cinco dias, os embriões são transferidos para o interior do útero.
As técnicas de Reprodução Assistida são, para muitos casais, a grande oportunidade de concretizar o sonho da maternidade e da paternidade.