O popular infarto do Miocárdio, Doença Isquêmica Cardíaca, é - segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) - a causa de maior mortalidade no mundo, sendo responsável por 8,9 milhões de óbitos em 2019. Essa é uma patologia passível de prevenção, seja através de mudanças de hábitos de vida, ou medicações, e além de ser diagnosticável, por meio de Teste ergométrico, Angiotomografia coronariana e Cateterismo cardíaco, é também, tratável, por meio de mecanismos como medicamentos específicos, Angioplastia e Cirurgia de revascularização do miocárdio.
A doença obstrutiva coronariana inicia-se cedo, ao redor dos 18 anos, com alterações dos depósitos de lipídeos (gorduras) nos vasos que irrigam o coração. Esse fator progride com a formação de placas e possível obstrução do canal do vaso sanguíneo, com o avançar da idade. A causa dessa doença coronariana é multifatorial, dependendo de questões como: genética, estresse emocional, má alimentação (dietas ricas em gordura), obesidade, sedentarismo, Diabetes Mellitus, hipertensão arterial, tabagismo e outros.
Uma doença que é prevenível, diagnosticável e tratável, porque, mesmo em países desenvolvidos, mata tanto?
Uma das causas principais seria: a falta de preocupação observada no início da doença! A população deveria adotar hábitos de vida mais saudáveis, sejam eles uma alimentação adequada ou exercícios físicos regulares, que precisam ser estimulados desde a infância, sendo esse incentivo responsabilidade dos familiares. Atualmente, vivemos em uma sociedade que avançou muito no diagnóstico e tratamento de muitas doenças; por exemplo em Rondonópolis, onde hoje possuímos todos os meios de diagnóstico e tratamento citados acima. Entretanto, mesmo com todas essas ferramentas, nos falta um comportamento fundamental: priorizar a prevenção, que se deveria iniciar na infância. A cultura da sociedade contemporânea tenta copiar costumes estrangeiros, como dietas, de regiões que apresentam menor índice de doença isquêmica - a exemplo o Mediterrâneo - mas, a postura correta precisa ir além disso, é ideal adotar, também, fatores como o estilo de vida, hábitos como uma melhor qualidade do uso do nosso tempo, mais bicicleta e menos carro, mais descanso e menos preocupação.
Outro fato que vale mencionar é como essas doenças são tratadas dentro do nosso corpo. As artérias coronarianas, vasos que nutrem o coração, são duas: a direita e a esquerda, sendo a última fundamental para a vida, uma vez que irriga a cavidade mais importante do coração - o ventrículo esquerdo. É esse compartimento que bombeia o sangue para todo o corpo, e sem o seu funcionamento adequado, a pessoa pode morrer. Quando a obstrução do vaso coronariano é importante (acima de 70%), um dos tratamentos mais utilizados no mundo, por ter uma durabilidade já comprovada e um alto grau de eficácia, é a Revascularização do miocárdio.
A Revascularização do miocárdio, com ponte de veia ou artéria, pela popular cirurgia de peito aberto é, até hoje, o procedimento mais estudado no mundo, sendo totalmente seguro na atualidade, e com baixo grau de mortalidade, em sua grande maioria, entre 1% e 2%. O tratamento consiste em colocar um desvio, no caso uma ponte, que levará o sangue, por fora das coronárias, até a porção mais distal do vaso, onde não haja mais lesões obstrutivas, dessa forma, evita-se o agravamento e a formação de futuras obstruções. Esse novo trajeto do sangue possibilita que o próprio vaso coronariano feche em um futuro próximo, sem causar infarto e, portanto, sem a morte das células do coração - o que proporciona uma vida normal à pessoa, e que uma vez operada, pode voltar a trabalhar e se exercitar normalmente. É importante lembrar que a doença que ocasionou a obstrução dos vasos coronarianos continua presente, assim a mudança de estilo de vida e o uso de medicamentos preventivos faz-se essencial para manter as pontes funcionando.