As cirurgias indicadas ao tratamento do Câncer são procedimentos “ampliados”, ou seja, são cirurgias que abrangem não apenas o tumor a ser retirado, mas seu entorno – suas margens – de modo a garantir a completa retirada do tecido doente.
Sendo assim, o tratamento cirúrgico do câncer conta com o suporte da Fisioterapia Oncológica – especialidade esta que recupera a funcionalidade, não só da região operada, mas de todo o seguimento tratado clinicamente.
O objetivo desta publicação é clarear o entendimento de pacientes e familiares, bem como de todo aquele que deseja ajudar e orientar a pessoa que estiver passando pelo tratamento do Câncer e necessitar do suporte adequado do profissional da Fisioterapia Oncológica.
Um exemplo interessante é a Cirurgia de Mama: o procedimento cirúrgico estético de mamas envolve a manipulação do tecido, porém preserva a qualidade linfática, sanguínea e ortopédica das articulações em torno da cirurgia. Já o tratamento do Câncer de Mama, envolverá a retirada desta glândula, juntamente com a perda do tecido linfático axilar (predisposição aos linfedema), seguido de Radioterapia (alteração drástica da qualidade sanguínea local e endurecimento da pele) e limitação significativa da mobilidade do ombro daquele lado. Tais alterações necessariamente deverão ser tratadas pelo profissional de Fisioterapia experiente e especializado em Oncologia – lembrando que são todas alterações TRATÁVEIS quando adequadamente abordadas!
Cabe outra reflexão quando se trata das cirurgias pélvicas: a histerectomia indicada para retirada de um mioma benigno necessita de orientações fisioterapêuticas simples para o bom andamento da recuperação pós-operatória. Já as cirurgias oncológicas para tratamento do câncer de útero ou ovário exigirá do cirurgião a retirada do tecido doente, de ampliação de margens de segurança terapêutica, esvaziamentos linfáticos que garantem o sucesso do tratamento do câncer e radioterapia subsequente. A partir de então, muitas complicações deverão ser prevenidas e tratadas pelo fisioterapeuta oncológico: os linfedemas de membros inferiores, as estenoses vaginais (endurecimento do canal por fibroses), aderências viscerais por conta da manipulação de estruturas pélvicas. Tais situações exigem experiência do profissional Fisioterapeuta, segurança de atuação que se constrói com investimento de tempo e capacitação em Oncologia.
Em casos de cirurgias para tratamento do câncer de cabeça e pescoço além das amplas abordagens, a retirada do tecido linfático para garantia de margens de segurança que provocarão não apenas os Linfedemas de Face, mas paralisias em ombro com limitação significativa da mobilidade desta articulação – e a fisioterapia ortopédica pouco tem a auxiliar quando não atua na real causa da Síndrome do Ombro Caído, é aí que o especialista em Fisioterapia Oncológica entra em ação, pois se faz necessário o entendimento da abrangência cirúrgica do tecido linfático para o adequado entendimento da limitação. Lembrando que todo este quadro virá acompanhado pela radioterapia e seus encurtamentos teciduais.
Aqui estão alguns alertas importantes que nos tornam propagadores de orientações de qualidade. São muitas as ferramentas disponíveis para devolver saúde e funcionalidade o mais brevemente ao paciente oncológico.