Apesar do prognóstico positivo da doença quando diagnosticada precocemente, a maior parte dos pacientes recebem o diagnóstico de câncer como uma “sentença de morte”.
Uma vez que o câncer é conhecido por ser uma doença dolorosa e que gera sofrimento, trata-se de um momento de vulnerabilidade emocional marcado por angústia, ansiedade e medo, o que pode gerar ainda descredibilidade nos tratamentos e em uma possível luta pela vida. Ao receber a notícia, paciente e família precisam lidar com sentimentos diversos, como a raiva, tristeza e ansiedade que devem ser administrados para que não haja comprometimento no tratamento.
Além de transformações biológicas, o diagnóstico do câncer pode provocar também alterações psicológicas, desencadeando nos pacientes desequilíbrio e conflitos internos. Após o choque inicial do diagnóstico, observa-se uma série de sentimentos, como, impotência, insegurança, desesperança e apreensão, levando a notícia a ser frequentemente acompanhada de depressão, ocasionada principalmente pela não-aceitação da doença.
O medo é um dos principais sentimentos na história de vida dos pacientes acometidos, pois o câncer é rotulado como uma doença fatal e estigmatizante. Os pensamentos automáticos mais comuns após o diagnóstico de uma doença crônica, como o câncer, podem ser divididos em três eixos: (1) Sofrimento físico: “Eu serei capaz de suportar este sofrimento?”, “Será que eu aguento?”, (2) Qualidade de vida: “Vou gastar o que tenho e o que não tenho e deixar minha família em situação financeira difícil?”, “Como isso afetará minha vida?”, (3) Finitude: “Eu vou morrer?” (TAYLOR, 2005).
Outro aspecto emocional adotado por grande parte é a “Percepção de Injustiça (eu não merecia isso) ou a percepção de Culpa (Castigo de algo que fiz de errado). Desse modo, é essencial uma atenção especial ao paciente, tendo, como o médico responsável no dever de informar adequadamente o paciente e sua família sobre o tratamento e a necessidade de mantê-lo, como também sobre as reações adversas resultantes da terapia, os cuidados específicos indispensáveis e o papel fundamental do apoio familiar (BARROS e LOPES, 2007). É necessário também ter percepção de tais situações e compreender a necessidade de validar a emoção do paciente diante do diagnóstico do câncer e tratá-lo adequadamente para o profissional de saúde mental para que o paciente e a família possam receber o tratamento integral necessário a resposta clínica esperada.
E observado que o diagnóstico e o tratamento de câncer têm grande impacto na organização psíquica dos pacientes e familiares. Apesar dos avanços da medicina e de métodos de tratamento, o câncer ainda é rotulado como uma doença de morte rápida e dolorosa, desencadeando reações emocionais significativas como ansiedade, medo, insegurança e depressão. Portanto, faz-se necessário o acompanhamento psicológico com o objetivo de oferecer suporte emocional para pacientes em tratamento oncológico, como também aos familiares, compreendendo a situação de fragilidade vivenciada, ressaltando os benefícios do tratamento e a importância de mantê-lo, para que possam encontrar apoio e expressar suas dúvidas e inseguranças após o diagnóstico para a construção de estratégias de enfrentamento da doença. A psico-Oncologia trabalha com o que está mais próximo entre as alterações biológica e os desconfortos psicológicos que trazem sofrimentos emocionais, portanto o fator emocional tem que estar bem administrado, pois isso vai refletir no jeito que o paciente e o familiar irão encarar o tratamento.