Desde março de 2020 os paciente de Rinite, tem um motivo a mais para se preocupar... Será que estou em outra crise de rinite ou dessa vez é covid???
A resposta a essa pergunta não é simples, mas uma avaliação criteriosa do paciente, pode nos ajudar a responder essa dúvida cruel. Inverteu muito a lógica das crises de rinite...
O isolamento social diminuiu enormemente as crises de rinites infecciosas, como os resfriados e as rinossinusites bacterias, que eram extremamente comuns em adultos e crianças, na pré-pandemia. Isso pode ser devido aos maiores cuidados com a higiene das mãos, o distanciamento entre as pessoas e o uso de máscaras. Em compensação a permanência maior em casa e em alguns casos com a ausência dos colaboradores das tarefas domésticas, muitos foram dispensados tanto pelo fator econômico, como para tentar minimizar riscos, evitando ter alguém de fora em casa, fez com que muita gente começasse a fazer algumas atividades domésticas que não faziam anteriormente, como faxinas em armários, banheiros, cozinha, uso de produtos químicos (aos quais não tinham hábito e não sabiam manejar), nas limpezas gerais da casa, o que a princípio causou um aumento das crises alérgicas, incluindo a Rinite Alérgica.
Atualmente já se percebe aos poucos a volta da ocorrência das rinites infecciosas, devido principalmente a volta da convivência com mais pessoas e crianças voltando para aulas presenciais. Esse tipo de Rinite Infecciosa, é bem mais complexo de ser diferenciado da Covid e quase sempre requer avaliação médica para se ter segurança.
O quadro de Rinite Alérgica, é mais simples de ser percebido como tal pelo próprio paciente ou pelos pais das crianças alérgicas. Mesmo os quadros podendo ser muito diferentes, entre cada indivíduo. Geralmente é possível que o paciente alérgico, conheça suas crises, isso ajuda muito a diminuir o medo extremo de que qualquer crise de espirro, coriza, obstrução nasal ou acordar com a garganta raspando, seja COVID.
De modo geral, as crises de rinite alérgica, aparecem com sintomas localizados, sintomas nasais (espirros, prurido, coriza e/ou obstrução), pressão leve na face, e as vezes incomodo na garganta (que é mais comum na parte da manhã e melhora no decorrer do dia).
O aparecimento de sintomas gerais, como febre, mal estar, dor no corpo, cefaleia intensa, são sinais importantes de alerta. Entre sintomas locais isolados que precisam ser muito valorizados, estão a Anosmia a Ageusia (perda de olfato e dos paladar), porém o aparecimento isolado desses sintomas, não fecham o diagnóstico da Covid, mas sugerem fortemente e merecem investigação. Em contrapartida crises de espirros e coriza, são extremamente raros na Covid, o que não quer dizer que não possam ocorrer. Outro fato importante para os portadores de rinite alérgica é que ela não configura fator de risco para Covid, nem para se contaminar mais facilmente nem para maior gravidade da doença ou complicações. Importante ressaltar que não é necessário suspender as medicações para o tratamento de rinite, tanto as medicações orais e as tópicas nasais, durante esse período de pandemia. Nem a imunoterapia (vacinas para a alergia), deve ser suspensa, salvo em alguns casos que o médico que conduz o tratamento irá orientar adequadamente.
Quanto mais bem controlada estiver sua rinite alérgica, menos chance de crise, dificultando a confusão e medo de qualquer crise nasal ser sintoma de covid. Mantenha seu tratamento como prescrito e na dúvida procure sempre seu Otorrino de confiança.