Constipação crônica funcional resulta da retenção voluntária ou involuntária de fezes pela criança, adolescente ou adulto, relacionada ao medo de evacuar causado normalmente por uma evacuação prévia dolorosa.
É um problema comum na infância com uma prevalência estimada de 3% no mundo ocidental, já com início no primeiro ano de vida.
Diferente do que imaginamos, não é somente caracterizada pela baixa quantidade de vezes que evacuamos. Sinais e sintomas como dor na hora de fazer coco, fezes compridas demais (normalmente ouvimos no consultório relatos de que os vasos sempre entopem após a evacuação), escape de líquidos mesmo após o anus estar bem higienizado, dor abdominal, excesso de gases abdominais e até sensação dolorosa no anus, como se fosse um peso.
Na maior parte das vezes na infância os sintomas são sutis e eventuais, agravando-se na idade adulta.
Orientações como aumento da ingesta hídrica, melhora da qualidade alimentar, como frutas laxativas, fibras e atividade física podem sim colaborar para amenização dos sintomas.
Grande parte dos pacientes chegam ao consultório já praticantes destes bons hábitos, mas ainda com queixas que causam desconforto e grandes impactos sociais em suas vidas.
O que falta na verdade para resolução do problema total é pensarmos que os músculos anais e do assoalho pélvico passaram anos sem saber como executar o papel correto da evacuação.
Então a fisioterapia entra como grande protagonista na reeducação muscular da força e relaxamento adequados para que um processo que deveria acontecer naturalmente volte a ser confortável, ritmado e involuntário.
A fisiopatologia da constipação funcional é indubitavelmente multifatorial e até o presente momento não está completamente esclarecida.
Quais são os sintomas de constipação intestinal que devemos nos atentar?
- Menos de três evacuações por semana;
- Dificuldade em esvaziar os intestino, fazendo muito esforço e quase sem sucesso;
- Sensação de não esvaziar completamente o seu intestino;
- Flatulências;
- Inchaço abdominal;
- Dores de estômago;
A fisioterapia atua na reeducação evacuatória, através de treino adequado dos músculos do assoalho pélvico associado as orientações quanto a ingesta de fibras e líquidos, privacidade, posicionamento adequado, programação da rotina para o reflexo peristáltico (movimentos involuntários do intestino que permitem a passagem dos alimentos ao longo do percurso do sistema digestivo até serem expelidos), massagem intestinal e exercícios.
Com isso, diminuiremos o aumento crônico da pressão intra-abdominal, preveniremos ou eliminaremos os distúrbios urinários (ex. incontinência urinária) e consequentemente, melhoraremos a qualidade de vida dos pacientes.
Não é necessário indicação medica para uma avaliação fisioterapêutica especializada. Procure ajuda o quanto antes!