A Doença de Peyronie é conhecida como um distúrbio de cicatrização de uma das camadas do pênis, é uma doença física e psicologicamente devastadora que causa curvatura, deformidade, encurtamento, estreitamento peniano e ereções dolorosas, podendo haver também dificuldade na penetração vaginal e insatisfação no intercurso sexual, sendo, portanto, uma causa de disfunção sexual. O diagnóstico baseia-se no relato de ereções dolorosas, na curvatura peniana e na palpação de nódulos no pênis. Estima-se que essa afecção acometa 0,4 a 9% dos homens, podendo chegar a 16% da população masculina adulta, sendo mais frequente na faixa dos 40 aos 70 anos de idade.
A causa da doença de Peyronie é desconhecida. No entanto, traumas ou lesões microvasculares repetitivas na túnica albugínea são a provável hipótese mais aceita. A placa peniana pode resultar na formação da curvatura, o que, se grave, pode impedir a capacidade de penetração vaginal. As doenças mais comumente associadas e fatores de risco são diabetes, hipertensão arterial, alterações lipídicas, cardiopatia isquêmica, disfunção erétil, tabagismo e o alcoolismo. Os homens jovens e brancos apresentam riscos aumentados para a Doença de Peyronie e notaram que a curvatura peniana apresenta evolução com piora em 30-50% dos casos e estabilização da curvatura em 47-67% dos pacientes. A melhora espontânea é verificada em apenas 3-13% dos pacientes. Melhores resultados na curvatura peniana são verificados quando tratada na fase inicial da doença, na fase tardia os resultados são pobres em consequência de formação densa e calcificada da placa.
Atualmente as formas de tratamento para doença de Peyronie variam desde a terapia com medicamentos orais para estabilização da placa e da curvatura peniana, a terapia intralesional com injeções de medicamentos diretamente na placa, a terapia por ondas de choque e o tratamento cirúrgico. A terapia por ondas de choque tem mostrado bons resultados na melhora da dor e na melhora da curvatura peniana, pois seu mecanismo de ação é causar injúria direta à placa, desencadeando reação inflamatória com aumento da atividade de macrófagos que causam fratura da placa; melhora da vascularização, resultando em absorção da placa e criação de cicatrizes contralaterais no pênis, gerando falso alinhamento.
Portanto, Doença de Peyronie é uma doença que resulta em deformidade peniana, dificuldade ou impossibilidade de manter uma relação sexual satisfatória e que causa angústia e sofrimento psicológico para o homem e sua parceira. O tratamento deve ser individualizado e suprir as expectativas de cada um, dependendo do histórico da doença, exame físico e função erétil. Após falha no tratamento clínico e estabilização da doença, a correção cirúrgica deve ser considerada e a melhor opção deve ser uma escolha conjunta do paciente e seu médico. Resultados são satisfatórios quando as opções de tratamento foram realizadas corretamente e o retorno à vida sexual prazerosa alcançado. Procure o seu urologista e discuta com ele as possibilidades de tratamento para o seu caso.