Perfeccionismo: um comportamento que causa sofrimento.
Podemos definir o indivíduo perfeccionista como aquele que estabelece padrões altos de exigência e se esforça muito para alcançar seu objetivo. A tendência é dar importância exagerada a tudo, nunca se sente satisfeito e se frustra. É detalhista, meticuloso e caprichoso frente ao que desejam realizar. Quando alguma coisa fracassa, surge a frustração, sentimento que não tolera e que o faz cair numa crise de tristeza, agressividade e culpa.
O perfeccionismo pode estar ligado à arrogância e ao medo de errar. Para ele, não existe meio termo, ou se é perfeito em tudo o que se faz, ou se é totalmente displicente, negligente e despreocupado. Não raro, está mais preocupado em manter as aparências, em se mostrar superior do que com o resultado em si.
Outro aspecto negativo do perfeccionismo é a procrastinação, desculpas e explicações lógicas são criadas para adiar algo que já está pronto para começar. Sua verdadeira preocupação é com a opinião alheia, há um medo de que suas falhas sejam expostas, de que descubram que ele é tão normal quanto qualquer ser humano.
O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina. As pessoas de seu convívio, muitas vezes, não conhecem suas expectativas, o que gera tensão com familiares, amigos e colegas, além de um grande sentimento de raiva.
Identificamos dois tipos de perfeccionismo:
Intrínseco: Apresentam pouca autoestima e confiança. Sentem que qualquer erro será terrível e que errando não contariam com o carinho e a aprovação dos outros. Nunca estão satisfeitos com eles mesmos.
Extrínseco: Não apresentam baixa autoestima, porém não confiam nas habilidades ou capacidades dos outros e, por isso, não conseguem delegar. Exigem das pessoas a perfeição que eles procuram em si mesmos.
O perfeccionismo dificulta o cumprimento das tarefas, porque a pessoa se detém nos detalhes, enquanto atrasa o essencial. Insiste para que as outras pessoas façam as coisas a seu modo ou querem fazer tudo por achar que os outros não farão corretamente. Apresentam excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer.
Tratamento
Na terapia cognitivo-comportamental, o indivíduo perfeccionista compreenderá os motivos de seu comportamento e aprenderá a admitir que seu perfeccionismo, aquilo que considera uma qualidade, é escravização e está fundamentado na falta de autoconfiança. Aprenderá, também, a dar prioridades às suas atividades e a estabelecer metas mais realistas, baseadas em seu potencial e não em parâmetros inatingíveis, e ao realizar alguma atividade, possa fazê-la com o prazer de fazer bem feito, diferentemente de fazê-la com perfeição.