A dor acomete os pacientes oncológicos em todos os estágios da doença, isto é, desde seu diagnóstico até a sua finitude, sendo individual, ou seja, cada paciente expressa sua dor a sua maneira, devendo ser valorizada por nós profissionais de saúde.
Erroneamente muitos consideram que ter dor é normal em pacientes com câncer, mas ter dor não é normal!
O especialista em dor, é responsável por atuar em todas essas etapas para que os pacientes possam ter qualidade de vida e realizar o seu tratamento da melhor maneira.
O tratamento não consiste apenas no medicamento, existem também os procedimentos minimamente invasivos.
Em relação ao tratamento medicamentoso, desde 1986 a Organização Mundial de Saúde preconiza o que chamamos de escada analgésica, onde são escalonados os opioides, que são fármacos derivados do ópio, entre eles o mais conhecido a morfina. Portanto se o paciente apresenta dor de fraca intensidade utilizamos opioides de fraca intensidade e se a dor é mais intensa utilizamos opioides fortes, sempre respeitando a farmacologia de cada medicamento, e os horários que eles devem ser utilizados. Existem também outros fármacos que podem ser associados, para potencializar a ação dos opioides, conhecidos como adjuvantes. Todo esse plano terapêutico é individualizado respeitando a peculiaridade de cada paciente, tais como, idade e medicamentos que já são utilizados para outras patologias. Importante relatar que os medicamentos podem apresentar eventos adversos, e por isso o especialista em dor orienta detalhadamente e ajuda a prevenir. Os procedimentos invasivos devem ser considerados em qualquer fase da doença.
Mais o que são procedimentos minimamente invasivos?
Eles são chamados de bloqueios, cujo alvo estará relacionado com a doença de base do paciente, nesses procedimentos podem ser injetados anestésicos locais, corticosteroides, além de substâncias neurolíticas que fazem o bloqueio químico da inervação relacionado ao órgão afetado. Outro procedimento que pode ser realizado é a colocação de um cateter no interior da coluna que se interliga a um reservatório de opioide que automaticamente libera a morfina na coluna (Implante Intratecal de Bomba de Fármacos), tendo uma ação mais rápida e potente, tudo controlado por tablet, todos esses procedimentos são realizados de forma segura, no centro cirúrgico guiado por radioscopia ou ultrassom. Essas tecnologias mais avançadas permitem que o paciente ajuste a dose do medicamento nas 24 horas do dia.
O especialista em dor faz parte portanto de uma rede de profissionais que trabalham juntos na qualidade de vida de cada paciente.
Importante salientar que os especialistas em dor são profissionais que tem área de atuação regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina, com registro de qualificação de especialista (RQE).
Faz-se necessário desmistificar que o pacientes oncológicos serão tratados com opioides, tais como a morfina, somente na sua finitude, não é verdade, eles podem e devem ser utilizados em qualquer momento que o paciente estiver com dor.
A dor do câncer tem tratamento!