O câncer de mama é a doença maligna mais comum em mulheres no Estados Unidos, sendo a segunda causa de morte por câncer. De acordo com a sociedade americana de oncologia para o ano de 2020 estão estimados 279000 novos casos e 42 mil mortes pela doença. O câncer de mama é a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasil (29,5%), estando atrás apenas do câncer de pele não melanoma (INCA, 2019). No entanto, possui a maior mortalidade quando comparados, tal fato deve-se a desinformação populacional quanto aos sintomas, idade de rastreio, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, investigação tardia de lesões suspeitas e o retardo no início do tratamento a partir do diagnóstico. No Brasil, cerca de 15% dos óbitos por neoplasias são consequência do câncer de mama, sendo registrados 16.069 óbitos em 2016 (INCA, 2019) e tal fato é atribuído pelo diagnóstico tardio, já em fases avançadas nas quais o tratamento cirúrgico ou quimioradioterápico é ineficaz. A sobrevida média dos pacientes é superior a 5 anos em 65% dos pacientes diagnosticados que vivem em países desenvolvidos comparado a 56% nos países em desenvolvimento.
Observa-se o aumento do percentual das mulheres mais jovens, antes dos 40 anos, diagnosticadas com câncer de mama, tendo forte impacto na saúde física e psicológica devido ao comprometimento estético, infertilidade e encurtamento da vida reprodutiva com a menopausa precoce. Câncer de mama seria a proliferação das células epiteliais que margeiam os ductos ou os lóbulos. A carcinogenese mamária caracteriza se por mutações genéticas herdadas ou adquiridas pela ação de agentes ambientais, químicos, hormonais, radioativos e virais, denominados carcinógenos. Compreendem 3 estágios:
Iniciação – exposição das células aos carcinógenos;
Multiplicação – mutação e formação de clones celulares atípicos;
Progressão – células formadas tem autonomia para proliferar e pela perda da coesão e de mobilidade, tornando-e inativas.
Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco são: idade avançada, sendo este o mais relevante, histórico familiar positivo em parentes de primeiro grau, menarca precoce antes aos 11 anos, nuliparidade, primigestação após os 30 anos, uso de anticoncepcionais combinados, menopausa tardia após os 50 anos e utilização de TRH (Terapia de Reposição Hormonal), sedentarismo, obesidade, mutações genéticas. Esse tipo de neoplasia não possui sintomas ou sinais patognomônicos, por isso em fases iniciais podem ser assintomáticos e com a evolução poderão surgir nódulo endurecido com aumento progressivo, dor mamária, secreção no mamilo sanguinolenta ou transparente, retração da pele sobre a mama ou inversão do mamilo, nódulos em axilas. O exame clínico da mama realizado por profissionais médicos, deve ser feito em todas as mulheres que procuram pelo serviço de saúde. É recomendado como forma de prevenção secundária, o rastreio do câncer de mama através de métodos de imagem. Opta-se pela mamografia como método de rastreio, pois esta permite o diagnóstico das lesões ainda em formas subclínicas, atuando como modificador direto no prognóstico da doença por meio da redução da mortalidade pelo câncer de mama. Na faixa etária entre 50 a 69 anos, o seu impacto é bastante expressivo, com redução de cerca de 25% na mortalidade deste grupo. Uma mamografia com alterações suspeitas, indica biópsia da lesão mamária para uma investigação mais detalhada.
O tratamento é baseado no tripé: cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
A Cirurgia pode ser conservadora, como a quadrantectomia (retirada de um quadrante da mama), em que a estética mamária é preservada, ou radical modificada, em que é retirada a mama e os gânglios axilares, preservando a musculatura peitoral.
A Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que tem por objetivo matar as células malignas que possam estar circulantes no corpo e que poderão gerar metástases (câncer à distância do tumor original). O tipo de quimioterapia segue protocolos adequados à extensão da doença e pode ser neo-adjuvante (antes da cirurgia), adjuvante (pós-cirúrgico) ou paliativa (para melhorar a qualidade de vida e a sobrevida).
Radioterapia seria aplicação de radiação ionizante através de aparelhos (cobalto ou acelerador linear) com o objetivo de esterilizar doença residual microscópica, que de alguma forma possa ter ficado no leito cirúrgico.
A prevenção é realizada através de medidas simples porem muito importantes:
Hábitos saudáveis de vida;
Prática de atividade física (pelo menos 30 minutos de caminhada por dia);
Manutenção de peso adequado para sua estatura;
Evitar uso de bebida alcoólica;
Ingesta moderada de alimentos processados de origem animal;
Uso de terapia de reposição hormonal por período controlado e supervisionada pelo seu médico.
O Médico Oncologista é o profissional indicado para a prevenção e o tratamento do câncer de mama e faz parte de uma equipe multiprofissional que conta ainda com cirurgião plástico, radiologista, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social entre outros. Portanto, não se esqueça: faça sempre seu auto-exame mensal à procura de algum nódulo e sua mamografia anual a partir dos 35 anos. Caso você tenha antecedentes de câncer de mama na família, sua mamografia deverá ser feita antes.