Vivemos um momento que ficará marcado na história. Responsável por uma sobrecarga ímpar aos sistemas de saúde ao redor do planeta, a pandemia da COVID-19 fechou cidades inteiras, trancafiou pessoas em casa e mudou para sempre as relações de trabalho. Toda função que puder ser realizada a distância, com o apoio da tecnologia, será assim exercida de agora em diante. Com isso, nunca estivemos tão ligados aos aparelhos celulares, tablets e computadores. Por horas a fio trabalhando, mantemos nossos membros superiores em posição de flexão, trazendo os aparelhos móveis para perto do rosto ou manuseando o mouse sobre uma mesa. Além disso, durante os momentos de lazer, apenas mudamos a aba do trabalho para a de algum site de notícias, jogos online ou rede social.
Com essa nova realidade, tenho percebido no consultório um aumento no número de pacientes, que surgem com dor e formigamento nas mãos. As causas para estes sintomas são variáveis, mas muitos casos acabam sendo de compressão do nervo ulnar a nível do cotovelo. Sabe aquela sensação de choque que dá quando batemos o cotovelo em alguma coisa? É exatamente ali que passa esse nervo tão importante para o funcionamento da mão.
Formigamento ou alterações na sensibilidade no dedo mínimo e metade do anelar podem estar presentes. Em casos mais graves, perda de força na musculatura profunda da mão, deficiência no movimento de pinça do polegar ou até mesmo atrofia muscular podem aparecer. O diagnóstico geralmente é clínico, feito com uma boa investigação da história, dos hábitos do paciente e, claro, através de um exame físico minucioso. A principal recomendação a quem precisa trabalhar nestas condições é que faça pausas a cada duas horas para alongamento dos membros superiores.
Além disso, recomendamos que, nos momentos de folga, procure meios “off-line” de se divertir. Há muita vida lá fora e vida é movimento! Em caso de dúvida, procure sempre orientação de um especialista.